Ritmo: Síncrono / Assíncrono
No eixo que regula o intervalo entre as ações e reações que compõem a interação, vou identificar dois pólos distintos: a interatividade síncrona que se define como aquela durante a qual os agentes não se desengajam do processo de comunicação e a interatividade assíncrona que, contrariamente, se caracteriza pelo desengajamento. A dificuldade desta proposição está na definição do engajamento, em especial, quando se leva em conta que, no meio digital, raramente, estamos envolvidos com uma única atividade. É comum, por exemplo, estar escrevendo um texto, enquanto o aplicativo de mensagem instantânea, que se mantêm operando em background, gerencia diálogos entrecortados com interlocutores que também estão às voltas com outras atividades.
Minha proposição é entender o engajamento como uma expectativa de resposta aliada à manutenção da atenção dos agentes da interação. Essa atenção não precisa ser contínua, pois posso fazer outras coisas, mas a expectativa deve se prolongar até que seja obtida a resposta, mantendo-me pronto a interagir. É mais fácil de apreender a idéia de atenção quando pensamos no diálogo. Mas ao interagir com um site da Web que invoca minha participação para a produção de sentido, essa atenção está presente na medida em que o site tenha a capacidade de reagir a meus estímulos de maneira imediata.
No processo de interação síncrona, os agentes do processo permanecem à espera da resposta de seu interlocutor. Quando estamos consultando uma página da Web ou dialogando em um chat, opera-se este mecanismo. Não há, no entanto, uma determinação de ritmo. O que caracteriza a continuidade da interação é o fato de que os sujeitos mantém o canal de comunicação durante a espera pela reação do interlocutor e não quão rapidamente vem esta resposta. Também não interessa a intensidade da atenção dedicada e, sim, a percepção de que estou envolvido em uma interação que ainda se desenvolve, apesar dos intervalos que possam decorrer entre as trocas interativas.
As interações assíncronas, ao contrário, pressupõem a alternância entre engajamento e desengajamento durante o processo de comunicação. O exemplo mais óbvio é o email, visto que o remetente da mensagem interrompe seu processo de comunicação com o destinatário, até que este retorne uma resposta. Os sistemas de conferência eletrônica trabalham de maneira análoga, uma vez que não existe a pressuposição de que todos os agentes envolvidos na comunicação, que este mecanismo estabelece, estejam lendo, simultaneamente, as mensagens enviadas. A interação mediada por agentes inteligentes também caracteriza o desengajamento, visto que o usuário, após informar seus interesses ao agente, pode voltar sua atenção para outros assuntos, retornando apenas no momento em que necessite dos resultados.
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