Constituindo o contrato social.

Uma das principais característica de uma comunidade é a expectativa de que os comportamentos individuais respeitem um conjunto de normas de condutas coletivamente aceitas. Em comunidades construídas a partir do contato presencial, as expectativas são construídas de maneira intuitiva. Estamos acostumados a nos comportar em grupo presenciais. Isto não é verdade em ambientes virtuais.

O virtual apresenta novos desafios para os quais não temos fórmulas de comportamento previamente definidas. Além disto, a presença virtual não oferece os indicativos não verbais que utilizamos para perceber a reação de nossos interlocutores à medida que agimos, permitindo corrigir imediatamente condutas mal recebidas. Em ambientes virtuais, os feedbacks ocorrem após atos consumados, não havendo possibilidade de ajuste “impromtu”.

Neste contexto, é necessário apresentar as regras de convivência de maneira absolutamente transparente para criar os vínculos sociais que constituem o tecido comunitário. Na Internet, não se gera confiança sem transparência.

Mesmo em situações que fogem das condutas esperadas, a explicitação direta e aberta das intenções de interação é capaz de manter a qualidade do convício social. Exemplo: observações “levianas”, mas espiritousas, podem ser feitas desde que fique clara sua superficialidade e intenção positiva. Um comentário superficial pode fomentar a intervenção de pessoas com maior embasamento, capazes de argumentação séria sobre o assunto, construindo conhecimento.

O primeiro passo para desenvolver um contrato social é deixar claro os objetivos da comunidade. Portanto, é necessário debater, escrever e divulgar uma definição formal da “missão” da comunidade. O texto final pode ser breve e aberto, desde que permita incorporação de elementos específicos capazes de direcionar com mais precisão a atuação da comunidade. É sempre fundamental deixar clara a importância da participação e da existência de pontos de vista divergentes. Afinal, sem atrito não há movimento interessante, mas apenas a monotonia do moto-contínuo.